Para as revistas semanais, Mandela só em preto e branco

A foto de que menos gostei foi a de "Isto é". Acho que não é uma foto expressiva. No entanto, a revista tem o enfoque que eu achei mais relevante. 

Último herói? Como os jornais retrataram a morte de Nelson Mandela

Nelson Mandela morreu ontem, quinta-feira, 05 de dezembro de 2013. Ícone da luta pela igualdade racial em seu país, África do Sul, um dos responsáveis pelo fim da política de apartheid, prêmio Nobel da Paz, ex-presidente da África do Sul, ex-preso, mito, conciliador. Talvez o último herói de nosso tempo. Madiba, como era chamado em seu país, é um símbolo. E como símbolo de uma luta que ainda está em curso, a sua morte foi registrada pela imprensa. Abaixo, reúno as capas de jornais do Brasil e do mundo. As clássicas, as emocionantes e as minhas preferidas. 

"O que importa na vida não é o simples fato de ter vivido. A diferença que fizemos na vida dos outros que vai determinar a importância da vida que conduzimos". (Nelson Mandela)

Os brasileiros

"O Globo", "Folha de S. Paulo" e "O Estado de S. Paulo" destinaram seu alto de página para tratar do falecimento de Mandela. O carioca foi econômico na manchete, resumindo a trajetória de Madiba na palavra "conciliador" em letras brancas e usando uma foto muito bonita.

Enquanto a "Folha" foi descritiva em seu título, o "Estadão" disse que Mandela é símbolo, palavra muito bem escolhida. As fotos dos jornais paulistas usam uma mesma pose, com o braço erguido.

 O "Estado de Minas" usou uma caricatura muito simpática e estampou uma manchete que é tudo o que eu gostaria de dizer: "Obrigado, Mandela". Eu gostei. 

"Diário Catarinense"  foi o único que eu vi a não usar uma foto de Mandela na capa. Eles usaram uma pintura exposta numa galeria britânica, com a assinatura do líder sul-africano. Eu acho que sempre vale tentar fazer diferente. Mas essa imagem não é algo que me remeta ao Madiba. Eu também não conhecia a assinatura dele. Imagino que a maioria dos catarinenses também não. 

As edições de hoje (06/12/13) do Metro trouxeram essa bela imagem do Mandela. Eu gostei. Achei muito delicado, muito bonito. As cores foram muito bem escolhidas. Ficou legal, sobretudo, porque fugiu das fotos óbvias e repetitivas que a imprensa usa quando do falecimento de uma personalidade. 

Essa capa da "Zero Hora" ficou muito boa também. Dividida em preto e branco, com uma foto boa e uma frase marcante e especial. O menos é mais. O menos é luxo.

"Correio Braziliense", entre os jornais brasileiros, fez a capa de que mais gostei, apesar da foto clichê. Porque, na verdade, eu curti a manchete: "O último herói da liberdade". Será Mandela nosso último herói?

Particularmente, não gostei da capa de "O Dia". Primeiro, porque não me emocionou nem sensibilizou. Segundo, porque achei didática. Mas, reconheço e valorizo a troca das cores do jornal pelo preto e branco. A frase escolhida, a mais comentada nas redes sociais, é realmente muito emblemática.

Jornais americanos

"Los Angeles Times": boa foto e boa manchete. Espaço dedicado ao assunto também é muito justo e merecido.

"San Francisco Chronicle": manchete telegráfica mas perfeita: "Hero. Liberator. Icon". É isso. Quase a página inteira. O assunto, de fato, merece.

"The Washington Post": gosto da ideia de "healer", porém achei a foto triste.

"Epoch Times": foto bonita e alegre, aspas marcante, manchete que emociona.

"The Journal News": tudo muito bonito, mas quase publicitário.

"The New York Times": gostei da manchete pois resume e valoriza muito bem a história de Mandela. Esse tipo de foto acho que é única. Não vi outro jornal usando. Na minha opinião, a cobertura está muito alinhada ao estilo do diário. Clássico e "classudo".

"Express", "Chicago Sun Times" e "Red Eye": belos, primorosos. Boas fotos dizem muito.

Argentinos

"Clarín" e "La Nación" só para constarem. Apesar de que gostei muito do "mejoró el mundo" e do 'Símbolo mundial". Destaque para o Fuleco no alto da página do "Clarín".

Europeus

Não sei o motivo, mas hoje vi poucos europeus no site do Newseum. Por isso, destaco poucos:

- "The Times" (Inglaterra)

- O espanhol "El país", que tem uma manchete forte e uma foto linda, que pode e vai ficar muito mais linda.

- E essa foto fica mais linda nesse jornal belga, meu preferido entre todas as páginas que eu vi. Que capa tocante! Muito bonita essa foto, esse olhar, esse gesto. Não à toa, também está no top ten do Newseum.

- O jornal abaixo também é da Bélgica. Também ficou uma bela página e uma foto que não vi em outras publicações. 

 - "Público" (Portugal) ousou ao colocar só a mão de Mandela, num símbolo de luta. 

 Asiático

Por curiosidade, mostro um asiático, de Taiwan. Para vermos como Mandela, é de fato, um líder de importância global.

Africano

Entre os jornais Sul-africanos disponíveis no Neewseum, escolhi 'The Mercury", para ilustrar. Madiba na manchete. Puro carinho.

Encerro com a minha outra capa preferida, colombiana. É feliz e inspiradora, como o próprio Mandela.

Viva Mandela!

Recorde de público em Copacabana e adeus ao Papa Francisco pelos jornais

Para finalizar essa série de posts sobre o Papa Francisco, mostro agora algumas capas do dia 29 de julho, segunda-feira, sobre o domingo, dia 28, último dia de Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e a despedida do Sumo Pontífice no aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Na Missa de Envio, em Copacabana, foi registrado um público recorde em eventos no Brasil: 3,5 milhões de pessoas. 

- Opção pela imagem da multidão

Os argentinos "Clarín", 'El territorio" e "La nación" mostraram a multidão que lotou a praia de Copacabana. O "La nación" fez uma manchete mais elaborada,  que deve abrir uma reportagem mais analítica do discurso do Papa.

Os periódicos brasileiros também retrataram a população de católicos que compareceu à missa, aproveitando na manchete o conteúdo dos discursos e a entrevista exclusiva dada pelo Papa ao programa "Fantástico", da TV Globo.

 

- E houve quem optasse só pelo tchauzinho: 

O "Estadão" novamente deu pouco espaço à visita e aos discursos do Papa Francisco, na contramão dos outros jornais.

A chegada do Papa Francisco ao Brasil pelos jornais

O Papa Francisco chegou ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude na segunda-feira, dia 22 de julho, e decidiu ir em carro popular do aeroporto internacional, na Ilha do Governador, até a Catedral Metropolitana, no Centro. Porém, o Santo Padre ficou congestionado no trânsito da Avenida Presidente Vargas, uma via muito importante do Centro da cidade, no que foi apontado como uma falha grave de segurança e planejamento. Apesar disso, uma multidão foi às ruas saudar o Sumo Pontífice, que passou de papamóvel. Foi uma festa muito bonita. Depois, Francisco fez discurso em evento com autoridades no Palácio Guanabara. E o que os jornais mostraram? Vamos ver nesse post atrasado. Afinal, eu fiquei ocupadíssima com a JMJ e o meu TCC da pós. Tudinho na mesma semana.

"O Globo", "Folha de S. Paulo", "Extra", "Estado de S. Paulo" e "Estado de Minas" fizeram as mesmas opções de foto: festa com o Papa + manifestação em frente ao Palácio. "O Globo" e "Extra" incluíram ainda a foto do congestionamento. 

"O Globo" foi praticamente descritivo na manchete.

"Extra" criou um neologismo: "papamável". Não curti não.

Assim me parece que o "Estado de S. Paulo" encontrou algum tom político no discurso do Papa.

"Folha" também dá uma politizada no discurso papal, não?

O diário mineiro usou como manchete uma das frases de mais impacto do discurso papal.

Já o "Correio Braziliense" estampou o fato de o Papa ter ficado preso em um congestionamento e acusa a Segurança, chamando-a de "aloprada". Foi o único jornal incisivo nessa história.

Jornais de uma foto só.

"Zero Hora" - A frase de efeito

"Diário de S. Paulo" - manchete nacionalista

"O Dia" - manchete religiosa

"Meia Hora" - manchete "Seu Boneco" . E o jornal ainda falou da falha na segurança.

A pior capa, na minha opinião, foi a do "Correio". Não pode colocar uma foto da roupa do Papa tapando seu rosto. Sem qualquer propósito.

E os Argentinos? Papa no Brasil, só depois da dobra. "Clarín" e "La nación" deram uma foto do Papa no Papamóvel, entre a multidão, e falou de sua boa recepção.

E as melhores capa do dia segundo o Newseum foi pra qual assunto? Para o nascimento do príncipe britânico, filho de William e Kate. Destaquei a que achei melhor, de um jornal austríaco.