domingo, 23 de janeiro de 2011

Sobre o Complexo do Alemão ou uma memória complexada




Eu tinha dito que faria um post sobre o Alemão (o Complexo, claro). Já passou tanto tempo desde a ocupação do conjunto de favelas pela polícia que agora já me esqueci o que queria dizer… Putz! Esqueci mesmo. Dori total. Ou alzheimer mesmo (cruz credo! Deus meu livre. Brincadeira).
Fiquei tentando me lembrar, mas não tá rolando.
Acho que de repente queria falar sobre a cobertura jornalística do caso -- maior exemplo de um dos termos que a gente mais ouve na faculdade de comunicação: “espetacularização da notícia”, que nada mais é do que transformar a notícia em espetáculo. Alguém discorda? O assunto se tornou não só show na TV mas também na web. Dou meus dois braços se a análise dessa cobertura não virar tese em breve numa universidade perto de você.
E, na boa, tem que virar mesmo.
Participei de parte da cobertura desse caso e vi os dois lados da coisa: nós, jornalistas, fazendo o show e os cidadãos, em casa, acompanhando tudo por todos os canais de comunicação possíveis. Além dos tradicionais, bombaram: twitter e seus adendos (twitcam, twitpic etc), youtube, facebook e sabe Deus mais o quê.
Foi estranho participar de algo que tanto discutimos na faculdade. Principalmente porque é muito difícil refletir quando se está no olho do furacão. Por outro lado, é interessante ver porque a mídia age assim e como ela o faz sem pensar muito nisso tudo.
O fato é que a gente faz o moinho girar, mas não para para pensar no que o leva a rodar, nem de que maneira ele roda. O importante acaba sendo o girar em si. Automaticamente.
Claro que o episódio também se torna um marco das inovações sobre como se pode noticiar e quem pode. Os meninos da comunidade twitando e postando fotos e vídeos é digno de muita nota, assim como a cobertura do Extra pelo Twitter com o #eboato e #everdade e a Twitcam. Mas, estou torcendo para as universidades pesarem a mão nas críticas. A mídia merece.  E eu quero ler.