domingo, 23 de junho de 2013

A voz das ruas pelos olhos das revistas semanais


As últimas semanas foram de manifestações populares pelas ruas de várias cidades do país. Começou com protestos contra o aumento das passagens de ônibus e se estendeu até a luta contra “tudo o que está aí”. E o que está aí? Corrupção, impunidade, inflação, PEC 37, saúde, educação, resposta da polícia às passeatas, violência, insegurança, “cura gay”… Genérico assim.

Governo, especialistas e imprensa (assim como boa parte da população) tentam entender como tudo começou, quem são os manifestantes e onde isso tudo vai dar. Também eu estou me esforçando para compreender e analisar os fatos e a própria cobertura. Talvez por isso tenha deixado passar tantas capas impregnadas do “calor” desse momento histórico (porque o número de manifestantes ultrapassa o contingente mobilizado pelas Diretas!!).

Nos últimos dias, estive absorvendo e tentando compreender as muitas informações vindas de todos os lados. Acho que estamos todos tateando e ainda olhando com lupa para entendermos. Então, fico aqui com as capas das revistas desta semana e da semana passada. Dessa vez, apenas registro, sem comentários. Já dão uma boa ideia de como a imprensa está vendo a movimentação da sociedade. E, sem dúvida, como certa vez disse o ex-ministro da Fazenda Delfim Neto em frase bem lembrada nos últimos dias: “quem não estiver confuso está mal informado”.



Veja


 

Época






Isto é






Carta Capital



segunda-feira, 17 de junho de 2013

A culpa é sempre do 'foca'?

Toda semana, pelo menos uma vez, ouço falar mal de jornalistas iniciantes. Fico triste porque eu já fui "foca". Aliás, todo repórter já foi. Mas é mais fácil, diante de uma reportagem ruim, chamar o jovem jornalista de preguiçoso, inexperiente, repetir a máxima "pato novo não mergulha fundo" e colocar a culpa nas universidades e nos currículos atuais do curso de jornalismo.
Porém, um trecho do livro "Crise e Comunicação Corporativa", do Heródoto Barbeiro (que já falei por aqui no blog) aborda a questão de maneira direta e crítica, registrando que não é bem assim que a banda toca. Os veículos também têm sua fatura a pagar nessa conta. Eis:

"Muitas vezes, a culpa pela publicação de reportagens mal apuradas, imprecisas, danosas à marca é lançada nas costas dos jovens jornalistas. É uma forma de os veículos tentarem se isentar de responsabilidade, como se não fossem eles os responsáveis pela contratação , pelo aprimoramento do jovem jornalista e pelo espaço da publicação da reportagem".

Enfim. É uma ponta da discussão.

No mais, compartilho o meu pensamento muito particular a respeito: se o "foca" não sabe, ensine-o. Por que não? Grato, ele ensinará a outro "foca" depois. E o jornalismo só melhora com isso. Gentileza, como se sabe, gera gentileza.

Nunca, mas nunca me esqueço dos colegas que pararam cinco minutos para me ensinar alguma coisa. Esses me fizeram uma profissional e uma pessoa melhor. Espero ter retribuído à altura de cada gesto.