segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Para evitar o desperdício II - A missão

No início do mês eu postei aqui uma reportagem que fiz mas não foi publicada. Hoje me lembrei de outro caso semelhante. Para evitar o desperdício, segue a materinha.




Da tela do celular para a tela do cinema. Se um dia a sétima arte foi privilégio de poucos, hoje, a tecnologia permite a popularização da técnica. Basta um celular para sair filmando por aí, contar a sua história, registrar um fato e até fazer um filme. Por que não? Para ensinar como fazer cinema com as câmeras de telefones móveis, a ONG Cinema Nosso, na Lapa, preparou um curso gratuito, com duração de uma semana. Por meio das aulas, dez alunos aprenderam mais do que filmar com um aparelho celular. Eles descobriram um novo mundo.

_ Nunca imaginei que um celular fosse capaz de fazer uma coisa dessas, e editar, fazer uma pessoa sumir e depois desaparecer. Algo mágico_ diz a estudante Ingrid Cabral, de 23 anos, uma das alunas da primeira turma.

O curso, gratuito, que começou em fevereiro deste ano, surgiu a partir da experiência da ONG em oficinas dirigidas a escolas públicas e atividades realizadas no Festival do Rio.

_ Ao estender a atividade de um dia para uma semana, temos a possibilidade de aprofundar e discutir o formato do cinema. Não só de fazer um vídeo _ explica a coordenadora de cursos da organização, Míriam Machado.

A partir de dez celulares Nokia N95, os alunos entraram em contato com as técnicas da linguagem audiovisual, do cinema clássico e da edição de vídeo. Para o professor da turma, Victor Van Ralse, além do aprendizado do processo, os adolescentes e jovens ganharam um novo meio de encarar a vida e de se expressar:

_ Você começa a ensinar uma linguagem audiovisual e os alunos passam a observar o que os cerca de uma maneira diferente. Isso é muito positivo.

Como trabalho final, eles fizeram um vídeo. A idéia era criar uma história em que o uso do celular fosse primordial. Os jovens decidiram mostrar a Rua do Resende de nove pontos de vista diferentes, ao mesmo tempo, durante um minuto. Assim, surgiu o “911 – nove celulares, um minuto, uma rua”, que já está no Youtube.

_ Queríamos unir os pontos de vista num único vídeo, um conjunto de olhares, que formou o que a rua é para a gente _ esclarece a estudante Marina Nascimento, de 17 anos.








Empolgados com a possibilidade de fazer cinema com as próprias mãos, os jovens agora querem mostrar ao mundo que com um celular na mão e uma idéia na cabeça dá para encher a telona. Eles pretender usar o conhecimento que adquiriram no curso e continuar a filmar.

_ Quero participar de festivais _ planeja Rodrigo Ferreira, de 19 anos. _ Celular é legal, dá para ligar e fazer um monte de coisas também. Às vezes vejo algo muito bom e estou sem câmera, mas tenho o telefone. Posso registrar e, depois, editar. Minha ida para o trabalho, por exemplo, pode virar um curta. É a democratização do cinema.

O professor Ralse também acredita na popularização do celular como mais um suporte para o modo de se fazer cinema.

_ Há duas vantagens: a volta ao início, quando se filmava o cotidiano, e a agilidade. Você faz o filme e pode disponibilizar nesse novo cinema que é o Youtube.

Quem quiser mais informações sobre este e outros cursos oferecidos pela ONG, pode entrar em contato pelo telefone 2505-3300 ou através do site www.cinemanosso.org.br.

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