quarta-feira, 31 de julho de 2013

A chegada do Papa Francisco ao Brasil pelos jornais

O Papa Francisco chegou ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude na segunda-feira, dia 22 de julho, e decidiu ir em carro popular do aeroporto internacional, na Ilha do Governador, até a Catedral Metropolitana, no Centro. Porém, o Santo Padre ficou congestionado no trânsito da Avenida Presidente Vargas, uma via muito importante do Centro da cidade, no que foi apontado como uma falha grave de segurança e planejamento. Apesar disso, uma multidão foi às ruas saudar o Sumo Pontífice, que passou de papamóvel. Foi uma festa muito bonita. Depois, Francisco fez discurso em evento com autoridades no Palácio Guanabara. E o que os jornais mostraram? Vamos ver nesse post atrasado. Afinal, eu fiquei ocupadíssima com a JMJ e o meu TCC da pós. Tudinho na mesma semana.


"O Globo", "Folha de S. Paulo", "Extra", "Estado de S. Paulo" e "Estado de Minas" fizeram as mesmas opções de foto: festa com o Papa + manifestação em frente ao Palácio. "O Globo" e "Extra" incluíram ainda a foto do congestionamento. 


"O Globo" foi praticamente descritivo na manchete.



"Extra" criou um neologismo: "papamável". Não curti não.



Assim me parece que o "Estado de S. Paulo" encontrou algum tom político no discurso do Papa.


"Folha" também dá uma politizada no discurso papal, não?


O diário mineiro usou como manchete uma das frases de mais impacto do discurso papal.


Já o "Correio Braziliense" estampou o fato de o Papa ter ficado preso em um congestionamento e acusa a Segurança, chamando-a de "aloprada". Foi o único jornal incisivo nessa história.



Jornais de uma foto só.

"Zero Hora" - A frase de efeito


"Diário de S. Paulo" - manchete nacionalista



"O Dia" - manchete religiosa



"Meia Hora" - manchete "Seu Boneco" . E o jornal ainda falou da falha na segurança.




A pior capa, na minha opinião, foi a do "Correio". Não pode colocar uma foto da roupa do Papa tapando seu rosto. Sem qualquer propósito.



E os Argentinos? Papa no Brasil, só depois da dobra. "Clarín" e "La nación" deram uma foto do Papa no Papamóvel, entre a multidão, e falou de sua boa recepção.




E as melhores capa do dia segundo o Newseum foi pra qual assunto? Para o nascimento do príncipe britânico, filho de William e Kate. Destaquei a que achei melhor, de um jornal austríaco.






segunda-feira, 22 de julho de 2013

Chifres no Papa?



Do site da Folha de S. Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/07/1314702-internautas-acusam-revista-time-de-colocar-chifres-no-papa.shtml):


A capa da última edição da revista americana 'Time', que destaca o papa Francisco e sua viagem ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, causou polêmica nas redes sociais. O motivo: o papa teria ficado com "chifres". 
Na capa da revista na edição para Europa, Ásia e América do Sul, Francisco é descrito como o "papa do povo", que está redefinindo o papado com "humildade e candura". A capa da edição americana traz reportagem sobre o caso do garoto negro Treyvon Martin, morto por um segurança que foi absolvido na semana passada.

O problema da capa está na imagem do papa, que foi sobreposta ao título da revista. Com isso, as pontas da letra "M" ficaram acima da cabeça de Francisco, formando algo parecido com um chifre.

Desde ontem o assunto é discutido nas redes sociais, questionando se teria sido coincidência ou não, ou fazendo brincadeiras sobre o tema.

"Como os editores [da revista] não perceberam isso?", perguntou, por exemplo, um internauta americano pelo Twitter na noite de ontem.

Coincidência ou não, não é a primeira vez que a revista dá um ar diabólico aos personagens de suas capas. Entre as "vítimas" da "Time" estão figuras como o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a ex-premiê britânica Margareth Thatcher, o criador da Microsoft, Bill Gates, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e o ex-presidente americano Bill Clinton --este último por duas vezes.



Maldade, né? Ficou antipático diante de um Papa tão notoriamente simpático.

domingo, 21 de julho de 2013

O Papa vem aí: jornais e revistas às vésperas da chegada de Francisco ao Rio

Neste domingo, a dois dias do início da Jornada Mundial da Juventude e na véspera da chegada do Papa Francisco ao Brasil, jornais e revistas abordaram questões variadas, desde os desafios do catolicismo até assuntos econômicos, passando pelo perfil do pontífice. Vamos ver algumas capas.


Folha de S. Paulo

Hoje, a primeira do jornal paulista aparece como Top Ten no Newseum. A única capa brasileira entre as dez melhores deste dia.
A "Folha" fugiu do óbvio ao escolher São Francisco como ilustração. Nada de Papa, nem de peregrinos com as blusas da JMJ, como se tem visto muito nesta semana que antecede à jornada. Foi uma solução boa mesmo. A manchete também é muito oportuna: cai o número de católicos como nunca se viu. É o desafio. E os jornalistas devem mostrar e montar o perfil do católico. Isso é jornalismo. Há muitas reportagens nos jornais e TVs que mais parecem releases da JMJ. 
Crítico.





Correio Braziliense

O "Correio" também optou por focar nos desafios que o Papa enfrentará no Brasil (e no Rio) em momentos tão turbulentos politicamente como estes em que vivemos. Usou a foto que foi "a foto" do dia de ontem: uma imagem do Papa rezando pela JMJ na Basílica de Santa Maria Maggiore, no Vaticano.
Crítico.




 O Globo

O carioca "O Globo' usou uma foto que expressa bem o que os moradores do Rio tem visto nas ruas: grupos animados de fiéis/turistas da JMJ. A manchete "Entre bênçãos e protestos" ficou justa, pois os jornais estão acompanhando a marcação de manifestações para os dias e locais em que Francisco celebrará. No entanto, a manchete explora o lado mais superficial e imediato da visita e não mergulha fundo nas questões-chave do catolicismo moderno (o que também não acontece no caderno especial do periódico).
Festivo.



O Estado de S. Paulo

O "Estadão" não dedicou sua manchete a assuntos relacionados à visita do Papa nem ao perfil do Pontífice. Após a dobra, do lado direito, o jornal fala sobre os roteiros de Francisco em carro aberto. Apenas. Quer dizer, o Estado de S. Paulo não valorizou a visita do Papa (pelo menos nesta edição dominical).
Curto.



Extra

Sem foto relativa à JMJ na primeira página. A manchete "Veteranos de Jornadas dão dicas para aproveitar a visita do Papa" não alcança a importância do evento.
Festivo.




O Dia

Foi extremamente regional, quase bairrista, ao criticar os preços do Rio às vésperas da jornada. Obviamente que é muito válido registrar essa inflação. Mas o jornalismo poderia ter ido além.
Crítico. Curto.




Carta Capital

A revista aproveita a visita para fazer um balanço dos cem dias de pontificado do Papa Francisco. Oportuno.
É válido tentar fugir da ilustração óbvia, mas não gostei do resultado da capa. 
Crítico.



Época

Chama pelo exemplo de vida do Papa. Ao final, fala da segurança do pontífice.
Festivo.





Veja

Pretende fazer uma análise do fato de ter uma Papa como Francisco no Brasil em um momento de efervescência política. Vale a pensata.
Analítico.



segunda-feira, 1 de julho de 2013

Jornais celebram com gosto a vitória do Brasil na Copa das Confederações

Com o Maracanã lotado e colorido de verde-amarelo, a seleção brasileira conquistou seu quarto título na Copa das Confederações ontem, domingo, dia 30 de junho. Um jogaço. Uma vitória bonita e merecida dos donos da casa na competição da Fifa. As capas dos jornais fizeram justa homenagem. Abaixo, escolhi algumas para marcar esse momento histórico. Que venha a Copa da Mundo 2014! Que venha o hexa!


Saiu na frente quem escolheu a melhor foto do jogo...

"O Globo" esticou a imagem do momento decisivo em que o goleiro espanhol Casillas se desesperava ao perder o indefensável golaço do Neymar. A manchete "Olé" resume em três letras o desempenho da seleção e o grito da torcida que compareceu ao Maracanã. A melhor capa de hoje se consagra ainda por não ignorar as manifestações realizadas do lado de fora do estádio e exibir uma imagem do protesto, ainda que com destaque menor.


"Lance!" usou a mesma boa foto e carimbou o "Fúria de hexa". Afinal, o desejo de vitória na Copa do Mundo de 2014 começou a adoçar a boca dos brasileiros. Valeu!


O "Correio Braziliense" usou foto do gol do Fred, deitado, e caprichou na manchete: "E o Brasil deitou e rolou...". Achei muito legal. Tudo a ver. Divertido. A página ficou clean e ainda deu destaque ao craque do campeonato, Neymar, com a taça. Muito bom. Ah, e os protestos também aparecem na primeira, com foto.


Até o espanhol "El país" usou a imagem, ainda que ela humilhasse, de certa forma, o goleiro e a seleção espanhola, por extensão. Mas a foto é um retrato da partida. "La roja se atira diante do Brasil".  Não acredito que algum brasileiro vá discordar, não é verdade?



A taça premia o vencedor da partida mas nem sempre garante vitória a quem a utiliza na primeira página. Vejamos.


O "Extra" costuma produzir boas capas. Mas, na minha opinião, essa ficou confusa, poluída.

Talvez o problema é que a imagem, pelos próprios personagens, é muito colorida. No entanto, o Correio achou solução colocando o título de lado, no canto, e a manchete em cima, centralizada. Mediano.


"Estado de Minas" optou por uma foto mais uniforme da festa com a taça; uma imagem com verde e amarelo apenas. O título "Gigante" é legal, assim como o "Longo caminho pela frente", referindo-se ao percurso que o país precisa fazer para atender aos anseios dos manifestantes que foram às ruas.


Eu simpatizei muito com essa capa do "Diário de S. Paulo". Achei o título ótimo. E a opção por parte das palavras em fonte tipo cursiva é uma graça. "É tetra com pinta de hexa", não é? Concordo. Curti.


"O Estado de S. Paulo" foi praticamente um senhor centenário. Não achei uma opção clássica, como de costume, mas sem charme mesmo.


"O Povo" e "Zero Hora" fizeram opções semelhantes: foto da seleção com a taça, cobrindo parte do texto. Mas, vejam, como a capa do gaúcho é mais clean e mais brilhante e vibrante. Detalhes que fazem a diferença. O titulo, mais um retirado do grito da galera. Bacana. Acho que o "Zero Hora" foi o único a usar na capa a imagem do bailarino da cerimônia de encerramento exibindo cartaz de protesto.



A "Folha" está aqui para constar. Achei sem destaque. O título, que veio da torcida, é o que mais vale.



Agora, uma espiada básica nos jornais espanhóis. Eles não tiveram dó para retratar a derrota da seleção da Espanha. Vejam só.



 




E a minha manchete favorita: "Cura de humildad".


E claro que, quando o assunto vitória do Brasil no futebol, não podemos deixar de ver como os argentinos noticiaram o desempenho da seleção. A ver.


"La Nación" colocou a notícia depois da dobra. Fez pouco.


"Clarín" escolheu uma foto bacana e foi simpático na manchete ao dizer que Brasil goleia e segue no sonho do Hexa. Mas escreveu "sonho" porque, claro, a Argentina não quer que se realize. Faz parte. "Olé" foi generoso: "tremenda demonstración", no subtítulo.