domingo, 31 de março de 2013

Capas de Páscoa da The New Yorker

Assim como quem não quer nada a não ser chocolate, deparei-me com estas capas superlegais de Páscoa da revista americana The New Yorker. Bem criativas. Uma bela surpresa pascal! Adorei.


http://m.newyorker.com/online/blogs/culture/2013/03/easter-covers.html#slide_ss_0=1


Feliz Páscoa!

segunda-feira, 18 de março de 2013

As capas pouco católicas sobre o Papa Francisco

Pois é, essa análise eu não fiz. Mas dois experientes jornalistas e editores o fizeram de maneira brilhante e divertidíssima: Gonzalo Peltzer, de Buenos Aires, e Toni Piqué, de Barcelona, no blog "Paper Papers" (por favor, visitem!!).

Os dois escolherem a dedo os jornais analisados e fizeram comentários interessantes e com um senso de humor ímpar. Valeu muito a pena ter lido o post e, sobretudo, conhecido o blog. Recomendo fortemente.

sexta-feira, 15 de março de 2013

As escolhas das semanais para a capa histórica sobre o Papa Francisco

Também fiquei de olho na maneira como as capas das revistas semanais registraram a escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como Papa. Vamos a elas!

"Era Franciscana", de "Isto é", foi o melhor título, na minha opinião. E esse amarronzado da parede da Basílica caiu muito bem, pois marrom é cor usada por São Francisco. Deu um contraste interessante e suave.


A foto de Francisco tomando chimarrão é diferente, é interessante, mas também é bom lembrar que nessa foto ele ainda não era Papa. Entretanto, se o objetivo da revista era se destacar em banca, pode ser que consiga chamar mais atenção pela peculiaridade.


"Veja" usou a foto tradicional do anúncio, em fundo preto. Até aí, normal. Contudo, não achei que a cor azul foi boa escolha. O azul não me remete à igreja, nem ao papado, nem ao Vaticano e, muito menos, a São Francisco. A cor não combinou, na minha opinião. Ela poderia ter trazido uma informação a mais, porém não trouxe. Em tempo: o azul, na liturgia, é usado em festas marianas.




"Time" optou por uma capa bem minimalista, seguindo bem seu estilo gráfico. A foto é boa, mas foi tão usada pelos jornais e pela internet... Achei que ficou tudo muito parecido ao que vi no dia seguinte ao anúncio, (vejam minha análise dos jornais aqui).



Simpatizo muito com fotos que cobrem parte do título. A manchete, porém, ficou forçada. Parece que a Igreja reconhece nove Franciscos como santos. Ainda não sabemos exatamente em quem o Papa se inspirou para escolher seu nome.




"Newsweek" foi a única a fazer diferente. E eu sempre louvo quem tenta inovar. Pelo que vi, os editores inovaram não apenas diante dos concorrentes, mas com relação a si mesmos. A revista postou uma série de capas históricas em seu tumblr. E essa é completamente distinta de todas as outras. 

Eu gostei da foto. Achei emocionante. Há muito não se via os católicos tão emocionados diante da escolha de um Papa, já que Bento XVI não é tão carismático e João Paulo II ficou muitos anos na cadeira de Pedro. Acho que ninguém mais se lembrava dessa emoção. A Newsweek, então, registrou pra sempre o momento. Valeu.


quinta-feira, 14 de março de 2013

Capas sobre Papa Francisco foram tão tradicionais quanto o Vaticano

Após um rápido conclave, o nome do novo Papa foi anunciado ontem, dia 13 de março de 2013 (13/03/13), no fim de tarde de uma quarta-feira de tempo chuvoso no Rio de Janeiro: o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, daqui em diante, Papa Francisco. Acompanhei tudo feliz e emocionada. Por isso, estava ansiosa pelas capas dos jornais de hoje. Mas, qual não foi minha decepção. Não achei nada assim tão legal nem emocionante. Talvez por ter sido um conclave e um anúncio muito divulgados pela mídia no dia anterior. O fato é que as primeiras páginas de hoje me pareceram tão tradicionais quanto o próprio Vaticano. De repente, toda a emoção e criatividade foram usadas à exaustão nos sites, né?

Bem, vamos às capas!

Decepcionei com o principal jornal do Vaticano. De fato, foi uma surpresa a escolha do argentino, porém ele não merecia uma coisa assim tão quadradona.


Também não entendi a opção do Newseum pelo "Ámbito Financiero", da Argentina, como o top dos tops. E essa fumaça branca com bandeira? Cafoooona.


"Zero Hora" e "Correio" foram as melhores, na minha opinião: fotos emblemáticas e um título bacana e simbólico por parte do gaúcho. Adorei a expressão "novo mundo". Já o "Diário Catarinense" ficou idêntico  ao ZH, exceto pela manchete.


 

Achei bom esse título do "Jornal de Santa Catarina". E essa foto do primeiríssimo momento dele, estupefato, é boa.

Os dois principais jornais argentinos saíram com a mesma foto. Por Francisco ter nascido na Argentina, acho que ele merecia capas mais elaboradas e emocionantes. Ou melhor: merecia uma capa histórica como a sua eleição.


"Extra" dividiu o Papa com outros assuntos. Fiquei surpresa. Mas gostei do fato de terem destacado a frase dita pelo novo Pontífice: "Lá do fim do mundo".


"O Estado de S. Paulo" e "Folha de S. Paulo" foram tradicionais. Gostei do "Correio Braziliense" por sua diagramação centralizada e título.










Simpatizei com o "Francisco dos pobres", de "O Dia".


"O Globo" foi além da nacionalidade do Papa: disse que Francisco é das Américas. Curti. Também admirei o espaço destinado ao assunto. Merecidíssimo. O caderno especial também estava muito bom.


"Notícias do Dia" também seguiu a lógica "Papa latino-americana".



"A Gazeta" chamou o Papa de hermano. Foi o único que vi fazendo isso. Mas achei positivo. "Irmão" é termo forte para o cristianismo. E "Hermano" tem duplo sentido para nós, brasileiros. Tudo a ver.



Esses brincaram, mas não achei nada genial. "Meia Hora", por exemplo, decepcionou seus fãs, segundo as reclamações que eu ouvi por aí.









terça-feira, 12 de março de 2013

Profissão jornalística: estressante e idealizada

Li uma entrevista que trata de temas tão, mas tão importantes no jornalismo que decidi reproduzir alguns trechos e recomendar fortemente a leitura.

Trata-se de uma entrevista do pesquisador José Roberto Heloani ao Portal Imprensa. Desde 2003, Heloani investiga a relação entre saúde e a profissão jornalística.

[O jornalista] É um profissional que se tornou muito mais estressado do que era. Primeiro, ele não pode dominar só uma mídia. Ele é um profissional que precisa ser repórter, fotógrafo, motorista, às vezes, cuidar da própria segurança. Então, hoje, há maior incidência de um estresse patológico. Na primeira pesquisa, não víamos muita gente em estado de pré-exaustão ou exaustão, que é o caso mais grave. Na mais recente, começamos a ver pessoas debilitadas, em pré-exaustão, inclusive recorrendo mais a drogas lícitas e ilícitas.

O jornalista continua tendo uma identidade idealizada. Se você perguntar à população o que ela pensa sobre o jornalista, vai se falar que é um sujeito que denuncia, que sabe das coisas, enfim, a representação social é positiva. Por outro lado, a identidade real deste jornalista, sua vida concreta, é precarizada. Então há um gap, uma distância muito grande entre a identidade pessoal a representatividade social. Isso torna o jornalista muito inseguro e frustrado. 

A legislação é clara: são cinco horas, mais duas. Mas eu nunca vi um caso de um sujeito trabalhando sete horas. Eu vi 10, 12, 14 horas. Essas organizações acabam atuando à revelia da legislação. Ou você começa discutir isso para valer, ou não muda nada. Até porque a nova geração de jornalistas têm, realmente, aceitado qualquer jogo.


Fonte: http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/57260/pesquisador+aponta+aumento+de+depressao+assedio+e+cocaina+entre+jornalistas